Recordo que o chão parecia um tapete de areia, próximo ao mar. Casas grandes e frondosas, com janelas imponentes, terraços históricos, porém tudo, até mesmo as grandes janelas, tinha jeito de estar abandonadas, sabe-se lá Deus por quem. Afinal, que criatura, deixaria de usufruir de uma paisagem tão lúdica. Já é a segunda vez que sonho com esse lugar e essas casas.  E realmente queria saber o sentido de tudo isso.

Eu gosto de ouvir musicas e chorar, pensando em como a vida é leve, gosto de flores, de textos que me deixe nostálgica, de como as crianças são inocentes, gosto de fotos em preto e branco, de moveis de madeira, gosto puro, do frio, do inerte. Gosto de sentir o cheiro das coisas, de me tele-transportar nas bancas velhas do colégio. Gosto de ver as pessoas andando pela rua e imaginar quem são e o que fazem. Se estão felizes, se elas sabem o que é felicidade. Se ela existe.

Como andas... Bem? Magro? Feliz? Bêbado? Normal? Eu ando tão rock and roll, meio amarela sem sol, mas vou bem obrigada. Tô escutando ‘November Rain’ nesse exato momento adoro essa musica. Ando lendo bastante e cheia de duvidas. Ando com poucos amigos... Na verdade eu mal ando. Queria saber como você está vestido nesse momento, bermuda ou cueca? Pra dormir ou mal abre os olhos de ressaca? Assisti um filme um dia desses e lembrei de você. Vi um carinha na rua e lembrei de você. É uma merda como tudo me lembra você. Eu queria que você fosse minha válvula de escape, mas você só me contém. Você só me detém. E nesse meu cotidiano clichê eu levando baby. Sem blues, sem porra nenhuma. Sem trilha encantada ou estrelas que escrevem, eu pego é ônibus lotado. Eu falo é da realidade. Enfim, eu vou bem. E você?